“A personalidade ofereci-a a Jesus Cristo”

Episódios extraídos do livro "Álvaro del Portillo, um hombre fiel", Javier Medina. Ed. Rialp, Madrid 2012.

Álvaro del Portillo em 1937

“A personalidade ofereci-a a Jesus Cristo”

Em 1941, D. Eijo y Garay, Bispo de Madrid, recebeu com muita alegria a notícia da possível ordenação dos três primeiros sacerdotes do Opus Dei. Mais tarde, contou que quando Álvaro lhe foi comunicar a sua determinação, apoiando-se na confiança mútua que tinham, lhe perguntou: — Álvaro, apercebes-te de que vais perder personalidade? Agora és um prestigiado engenheiro, e depois vais ser mais um padre. E ficou comovido perante a resposta que ouviu: — Senhor Bispo, a personalidade há muitos anos que a ofereci a Jesus Cristo.

O filho mais fiel

A sintonia de D. Álvaro com o fundador do Opus Dei transcendia as categorias de uma admiração ou de uma amizade humanas, para se converter em expressão de fidelidade a Deus.

Numa carta escrita em janeiro de 1944, Álvaro comentava-lhe: «Como sempre, muito contente: mas, também, como de costume, com certa tristeza que se une à minha alegria quando me separo do Padre. Por isso me custa tanto sair de Madrid. Compreendo que isto é uma tolice, mas é a vida! Padre: tenho muitíssima vontade de ser boa pessoa e de trabalhar muito a sério na Obra, pela Igreja. Que pena, que tão frequentemente faça de idiota e deixe de me portar como devo! Reze por mim, Padre, para que chegue, algum dia, a ser instrumento bom, por dócil, nas suas mãos. Sempre que estou longe de si peço com mais empenho que nunca, com toda a minha alma, pelo meu Padre. E assim aumenta a minha presença de Deus, lembrando-me do Padre e oferecendo coisas por ele»