Bispos portugueses apontam exemplo de S. Josemaria na sua memória litúrgica

Entre 22 e 27 de Junho de 2016 seis bispos de Portugal, celebraram a eucaristia, em vários pontos do país, na memória litúrgica de S. Josemaria, fundador do Opus Dei. Reunimos aqui excertos de algumas homilias e fotos de algumas das celebrações

Missa no Funchal

Em Vila Real

D. Amândio Tomás, presidiu à missa em Vila Real

No sábado dia 25 de Junho, na Capela Nova, em Vila Real, D. Amândio Tomás, Bispo de Vila Real dirigiu uma homilia aos fiéis presentes na eucaristia onde realçou o valor do trabalho enquanto modo de união com Deus e enquanto meio de santificação pessoa, e referiu, ainda, a importância da filiação divina nos ensinamentos de S. Josemaria. No final da cerimónia D. Amândio Tomás agradeceu ao Opus Dei o trabalho de evangelização que faz, procurando aproximar todas as almas de Deus, e alentou os presentes a amar cada vez mais a presença real de Jesus na Eucaristia.

Em Lisboa

D. Manuel Clemente presidiu à missa em Lisboa

Na segunda-feira, dia 27, em Lisboa, o Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente celebrou Missa na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em que foi concelebrante o D. Rino Passigato, Núncio Apostólico em Portugal.

Iniciou a celebração da memória de S. Josemaria afirmando que“com toda a Igreja damos graças a Deus pela sua vida, pela sua Obra, porque as coisas que vêm de Deus têm que ser agradecidas e reconhecidas para serem devidamente correspondidas”, e dirigiu-se aos presentes dizendo que “as vossas vidas, também segundo o carisma de S Josemaria, tem esta prioridade de que, pelo trabalho humano, pelas tarefas do dia a dia, pelos compromissos da família, da profissão, e tudo aquilo que é a vida dos homens e mulheres deste tempo, se sirva o progresso de Cristo, que é a construção do seu Reino, no mundo precisamente”.

Igreja de Nossa Senhora de Fátima (Lisboa)

Durante a homilia, D Manuel Clemente desenvolveu mais a relevância dessa abordagem do fundador do Opus Dei:

“Como sabeis todos aqueles que tendes ligação a Obra, e todos nós podemos saber na Igreja porque isto é património comum agora, o mundo é uma tarefa comum e é também um campo de santificação, correspondendo a esta ordem original que nós ouvimos na primeira leitura do livro do Génesis: tomar conta da terra que Deus nos oferece e fazê-la frutificar.

Isto é uma ordem divina, é uma missão geral a cumprir, o mundo é um campo aberto para o nosso trabalho de acordo com a vocação específica, a profissão, a qualificação que possamos alcançar.

E aí mesmo cumprimos a vontade de Deus, aí mesmo encontramos o nosso caminho, próprio e complementar de tantos outros caminhos que só no conjunto resultam.”

E noutro momento afirmou: “Foi muito importante também no caso de S. Josemaria esta insistência do mundo, da ocupação, da profissão, como vocação específica, sólida, importante, dentro da nossa comum dignidade dos filhos de Deus, para que este mundo seja bem tratado, seja bem cuidado. Que nenhum aspecto do ser, do acontecer humano, cósmico até, fique fora de um plano de – utilizando oura vez a expressão – ecologia integral.”

No Porto

D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, presidiu à missa na Igreja da Trindade (Porto)

Na mesma tarde do dia 27, na Igreja da Trindade, no Porto, D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, afirmou durante a homilia: “Oobjetivo da missão consiste em levar “a Alegria do Evangelho” a todos os povos. A Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, ou fazer cruzadas, como ainda ontem acusavam o Papa Francisco deformando as suas corajosas palavras ditas na Arménia. A Igreja procura anunciar Jesus Cristo, Salvador do mundo, a todos os povos, para estabelecer pontes entre todos os países e para abrir caminho à reconciliação, à justiça e à paz das diferentes nações, comunidades, famílias e pessoas, como nos tem revelado pela sua determinação profética o Papa Francisco.

O compromisso de anunciar a “Alegria do Evangelho” aos homens e mulheres do nosso tempo é um dos mais belos serviços que podemos prestar à Humanidade. Anunciar a “Alegria do Evangelho” é para nós um compromisso urgente e inadiável.

A tarefa de evangelizar constitui a missão essencial da Igreja. E a agenda da missão é determinada pela nossa capacidade de ler os sinais dos tempos. É esta lucidez de ver e interpretar à luz do Evangelho os sinais dos tempos um dos maiores dons que devemos a S. Josemaria Escrivá de Balaguer, que hoje celebramos, assim como à Obra por ele fundada, o Opus Dei, a 2 de outubro de 1928.

Igreja da Trindade (Porto)

D. António Francisco dos Santos fez também uma referência ao trabalho pastoral dos padres do Opus Dei: “neste Ano santo da Misericórdia, quero agradecer aos sacerdotes do Opus Dei, como verdadeiros missionários da misericórdia que são, o tempo dedicado ao ministério da celebração do sacramento da reconciliação e ao acompanhamento espiritual, concretamente nesta nossa Igreja da Trindade. Lembro aqui o que escrevia sobre a misericórdia S. Josemaria: “A misericórdia não se limita a uma simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade que, ao mesmo tempo traz consigo a superabundância da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente repassado, por um amor rijo, sacrificado e generoso” (Amigos de Deus 232).

E a finalizar: “Peço e rezo a S. Josemaria que ilumine os caminhos novos da Igreja no nosso tempo e interceda pelas famílias, sobretudo por aquelas que vivem horas dolorosas de provação e de sofrimento e nos abençoe a todos, ajudando-nos neste Ano Santo da misericórdia a proclamar: “Felizes os misericordiosos!” e a praticar as “obras de misericórdia, com alegria!”, como nos propomos no Plano pastoral da nossa Diocese.”

Em Braga

Em Braga, a missa foi presidida por D. Francisco Senra Coelho, bispo auxiliar

Ainda no mesmo dia 27, na Sé de Braga, o Bispo Auxiliar, D. Francisco Senra Coelho declarou na sua homilia:

“S. Josemaria relembrou que a doutrina da Igreja, desde sempre, ensina que a vocação à santidade é universal, que todos os cristãos têm por primeira missão lutar e colaborar com Deus na sua santificação pessoal, deixando de lado o aforisma corrente de então: «Se queres ser santo vai para o convento ou para o mosteiro».

Com este contributo, S. Josemaria ajudou a Igreja a regressar às fontes do Evangelho e dos ensinamentos apostólicos, onde a santidade e a santificação do trabalho brilham como esplendor da identidade cristã. É por isso que a História do Concílio Vaticano II, decorridos mais de trinta anos após a fundação do Opus Dei, considera o fundador desta Obra como um precursores do mais recente Concílio Ecuménico.”

Coro da missa na Sé de Braga

D. Francisco Senra Coelho concluiu: O santo da Igreja que hoje recordamos nesta Catedral Primacial de Braga, onde a “alma da Pátria lateja”, rezou pela família que fundou e pela qual deu a vida, e que hoje aqui reunida se fortalece na graça do Senhor para prosseguir a sua missão na Igreja e no mundo, em Ano Santo da Misericórdia e nesta Arquidiocese em Ano da Fé Anunciada: «Quero ver-me agora, Deus meu, junto da ferida do teu peito, e pensar em todos os meus filhos, em todos os que agora são membros vivos deste Corpo vivo da Tua Obra. Lembrando-os pelos nomes, considerarei as suas qualidades, as suas virtudes, os seus defeitos, e depois Te suplicarei por eles, impelindo-os para Ti, um a um: “Para dentro!” Metê-los-ei dentro do Teu Coração. Assim quero fazer com cada um e com todos os que virão depois, ao longo dos séculos, até ao fim do mundo, a fazer parte desta família sobrenatural. Todos, todos unidos no Coração de Cristo, todos como um só, por amor a Ele, e todos desprendidos das coisas da terra, pela força deste amor acompanhado da mortificação. Queremos ser como os primeiros cristãos, vamos fazer reviver o seu espírito no mundo. Comecemos então por tornar real dentro da Obra aquela afirmação: congregávit nos in unum Christi amor» (S. Josemaria, Notas de uma meditação, 4-VI-1937).