História da Sociedade Sacerdotal

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz mergulha as suas raízes no amor de São Josemaria pelos sacerdotes diocesanos e no acontecimento fundacional que teve lugar em 2 de outubro de 1928, quando o Senhor lhe fez ver o Opus Dei. Não obstante, a sua origem concreta situa-se uns anos depois, em 1943.

Em Abril de 1950, Deus fez ver ao fundador que era possível incluir os sacerdotes diocesanos na Obra.

O fundador muito rapidamente se apercebeu de que a novidade do espírito do Opus Dei implicava a necessidade de sacerdotes provenientes dos leigos da própria instituição, que se dedicassem de modo especial a atender pastoralmente as pessoas da Obra e os seus apostolados, ainda que sem excluir nenhuma outra alma (cfr. A. Vázquez de Prada, El Fundador del Opus Dei, vol. II, Rialp, Madrid 2002, p. 647).

Em 14 de fevereiro de 1943, enquanto celebrava a Santa Missa, São Josemaria teve uma particular luz de Deus que lhe apresentou a solução que permitiria a ordenação presbiteral destes fiéis do Opus Dei. Tratava-se de erigir, dentro do fenómeno pastoral da Obra, um corpo sacerdotal proveniente do seu laicado e formado de acordo com o seu espírito, que ficaria integrado na mesma instituição, com uma plena condição secular, para a atenção pastoral dos seus membros e dos seus apostolados. Nascia assim a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, que foi erigida pelo Bispo de Madrid em 8 de dezembro de 1943, depois de ter recebido o nihil obstat da Santa Sé em 11 de outubro do mesmo ano.

Entretanto, São Josemaria tinha na sua mente e no seu coração o desejo de ajudar mais os seus irmãos sacerdotes diocesanos. Continuou a dedicar-lhes, especialmente a partir de 1939, uma grande parte do seu tempo, pregando, a pedido dos Bispos de diversas dioceses, muitos conjuntos de exercícios espirituais a clérigos de toda a península ibérica.

Consciente das necessidades dos seus irmãos sacerdotes, entre os anos de 1948 e 1949, São Josemaria chegou a considerar a possibilidade de deixar o Opus Dei, uma vez obtida a sua aprovação pontifícia final e criar uma associação dirigida aos presbíteros seculares (cfr. A. Vázquez de Prada, El Fundador del Opus Dei, vol. III, Rialp, Madrid 2003, pp. 171-176).

Em abril de 1950, o Senhor fez ver ao fundador que era possível incluir os sacerdotes diocesanos na Obra. Assim o solicitou à Santa Sé, que aprovou, a 16 de junho desse ano, que os presbíteros incardinados nas dioceses pudessem fazer parte da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

Em 28 de novembro de 1982, quando o Beato João Paulo II erigiu o Opus Dei em Prelatura pessoal de âmbito internacional, chegou-se à solução jurídica definitiva, na qual fica refletido genuinamente o caráter secular da Obra e a sua constituição orgânica, composta por sacerdotes e leigos, homens e mulheres das mais variadas profissões e procedências sociais. Nos Estatutos, a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz configura-se como uma associação de clérigos própria e intrinsecamente unida à Prelatura, de que fazem parte os sacerdotes que integram o presbitério da Prelatura (fiéis do Opus Dei que receberam a ordenação sacerdotal) e à qual se podem associar sacerdotes incardinados nas diversas dioceses que queiram procurar a santidade no exercício do seu ministério sacerdotal segundo o espírito do Opus Dei.