Uma equipa de voluntários de Espanha e de Portugal decidiu passar este verão em Slavonija (parte oriental da Croácia). Cerca 40 jovens, através da associação Hrvatska Kulturna Zajednica, depois de fazerem voluntariado em Vinkovci foram para Gunja.
Dispersaram-se por toda a povoação com pás e enxadas para fazer reparações em casas, caves etc. Ainda que a maioria seja composta por universitários, demonstraram ser bons trabalhadores, pelo que os habitantes de Gunja gostaram muito deles.
Bajazit Omerović mal se pode ter em pé pelo que o trabalho se lhe torna muito difícil.
-Hello boys?
-Hi
-How are you?
-Fine, thanks.
Pediu a este grupo de espanhóis que lhe arranjassem o lagar destruído pelas inundações do ano passado. “Estes rapazes estão a arranjar-me tudo. Realmente, acredite, estão a ajudar-me muito com este trabalho”.
O estudante Juan não sabia utilizar a enxada, mas para ajudar pôs mãos à obra.
-Juan: “Surpreendeu-me o estado em que estava o lagar depois da inundação mas estou muito contente, já que posso ajudar quem necessita”.
Também levantaram o chão da cave da paróquia. Calor, um ar sufocante, dois metros abaixo da terra, mal se podia respirar.
-Rosendo: “Agrada-me poder ajudar famílias que perderam tudo com a inundação e gostava que a situação se normalizasse quanto antes”.
Abatem árvores e cortam lenha. Os mosquitos não conseguem aborrecer estes afanados trabalhadores.
-Stipica Mišura (diretor da escola Antun i Stjepan Radić): “Chegaram aqui três grandes camiões com terra e pedras que serviram para que possam aplanar o terreno, como podem ver”.
Dormem sobre o parquet no polidesportivo da escola; comem no refeitório social e gostam muito dos cevape (comida típica da Croácia)
-Ángel: “O calor e a comida quente foi o mais complicado. É algo novo para eles, mas em geral a comida croata agradou-lhes. Surpreendeu-nos a amabilidade com que nos acolheram”.
Os voluntários não só trabalharam, mas também puderam visitar a torre de Vukovar e a concatedral de Đakovo. Vão-se embora amanhã mas prometeram voltar no próximo ano.
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A segunda semana tinha uma componente muito mais física – trabalhos de reconstrução ou de limpeza – ao mesmo tempo intercultural, porque em Gunja a percentagem de muçulmanos é de 40% e é aí que se encontra a primeira Mesquita do país.
Para os rapazes espanhóis e portugueses foi uma surpresa comer no refeitório social que uma associação muçulmana juntamente com a Cruz Vermelha e o Exército prepararam; mas impressionou-os, sobretudo, o trato respeitoso e amável.
Para além do trabalho puderam visitar a Mesquita (e subir à torre de onde se pode ver toda a povoação e os arredores), e intercambiar experiências com famílias muçulmanas. A excursão estrela foi ir a BIH à cidade de Brčko onde tudo é muito mais barato e a comida tem uma forte influência turca.