Portuense do Opus Dei celebra Missa Nova dia 6 de Junho

Miguel Maria Cantista de Castro Tavares, tem 35 anos, e foi ordenado padre do Opus Dei no passado dia 23 de Maio. Nas vésperas da sua Missa Nova, a celebrar na Igreja da Trindade (Porto) às 12 horas, dá-se a conhecer numa breve entrevista.

Miguel Tavares, foi ordenado sacerdote no passado dia 23 de Maio.

O P. Miguel nasceu no Porto...

E vivi no Porto a infância e parte da juventude. Mais tarde vivi em Coimbra, onde me licenciei em Engenharia Civil. Trabalhei então numa empresa de projectos de arquitectura e engenharia.

Mas no meio disso porque é que surge a ideia de ir para padre?

Bem, a razão mais recente é que D. Javier Echevarría, o prelado do Opus Dei, há uns anos me propôs essa hipótese. Que pensasse com calma, naturalmente. Ficaria dedicado ao trabalho próprio dos padres do Opus Dei que é principalmente dedicar-se à missão que a Igreja entregou à prelatura.

E foi essa conversa que o convenceu?

Eu já tinha equacionado antes, por minha conta, que se a Igreja precisasse de mim para o sacerdócio eu diria que sim. Talvez o facto de ter uma família naturalmente cristã me tenha ajudado a encarar esses temas como mais um daqueles assuntos que é normal para um cristão jovem pensar.

Foram então os pais que o influenciaram?

Não. A influência dos meus pais que mais aprecio foi terem-me dado espaço para eu me auto-gerir em liberdade. Somos vários irmãos, com caminhos diferentes, e cada um respeita muito as decisões e o percurso dos outros.

Muitas pessoas perguntam-me “e agora, que é que vais fazer na vida?”. A pergunta é normalmente feita por curiosidade e respondo com gosto. Nalgum caso particular sou obrigado a rir(...)

Mas não nega que o facto de os seus pais serem supranumerários do Opus Dei teve muita importância...

Ter pais cristãos é importante, claro, e serem do Opus Dei também. Mas se a minha experiência diz alguma coisa é que isso significa um aumento do espaço de liberdade dos filhos, e não uma redução. É que há quem não pense que é assim, mas esta é a minha grande experiência. Aliás, os meus pais nunca me falaram nem de ser do Opus Dei nem de ser padre. Se tinham esse desejo, apostaram tudo em rezar por isso. O que é até mais inteligente, pois a oração não costuma falhar.

Pelo menos, o facto de ser do Opus Dei há mais de quinze anos teve importância.

Sim, é óbvio. E também em todo este tempo pude contar com um grande espaço e margem de reflexão. Aliás, nesse aspecto, o estilo formativo que encontrei no Opus Dei foi uma espécie de continuidade serena com a cultura de liberdade da minha família.

Depois de se saber que seria ordenado, já falou com amigos e conhecidos. Que tipo de perguntas ou advertências lhe fazem?

Muitas pessoas perguntam-me “e agora, que é que vais fazer na vida?”. A pergunta é normalmente feita por curiosidade e respondo com gosto. Nalgum caso particular sou obrigado a rir porque é como se a pessoa me dissesse “ai, pobre de ti, que te desgraçaste”...

Mas afinal o que é que responde a essas perguntas?

Depende das pessoas. Mas eu refiz a pergunta e redireccionei-a para mim mais ou menos assim: “Mas, e agora, que é que vai fazer Deus através da minha vida?". Esta pergunta, assim, tem-me ajudado. Repare que se, por efeito do Baptismo, os gestos de um qualquer baptizado se unem a Cristo, imagine como não há-de ser no caso do padre, que, em nome de Cristo Cabeça, realiza os gestos próprios de Deus: perdoar os pecados, renovar pela Eucaristia o sacrifício de Cristo na Cruz, pregar a palavra de Deus...

Mas, além disso, que projectos tem?

Espero agora que me indiquem onde é necessário o meu trabalho sacerdotal para poder dedicar o meu melhor. Porém, a ideia de poder administrar a Reconciliação, celebrar a Eucaristia, dedicar-me à direcção espiritual, é uma ideia forte que estará sempre no núcleo de qualquer projecto meu. Aliás, vai começar um Ano Sacerdotal convocado pelo Papa Bento XVI, e se calhar aproveito a ocasião para fazer um pedido...

Porque não?...

Neste Ano Sacerdotal eu pediria muitas orações pelos sacerdotes de todo o mundo (por mim também, claro), para que sejamos santos instrumentos de Deus. Penso que nós os portugueses, pela predilecção que Nossa Senhora tem pelo nosso país, onde em Fátima pediu tantas orações pela conversão dos pecadores, temos uma especial responsabilidade (e facilidade) em pedir a Nossa Senhora que nos faça santos para que sejamos bons instrumentos e para que Deus, pelo nosso ministério, faça chegar o Seu perdão a todos os que se convertam ao Amor de Deus.