O melhor de África em ecrãs

Harambee Africa International convocou a 9ª edição do prémio “Comunicar África”, para promover documentários que mostrem o melhor rosto do continente. O prémio foi ganho por um jovem do Gana e será entregue durante o simpósio realizado de 28 a 30 de setembro em Roma.

Harambee Africa International tornou oficiais os documentários vencedores da 9ª edição do Prémio Internacional: "Comunicar África". O objetivo do prémio é destacar o compromisso com a construção de uma narrativa mais realista sobre o continente, através de documentários e videoclips realizados por jovens com menos de 25 anos.

Foram recebidas, ao todo, 841 candidaturas de cineastas, produtoras e organizações sem fins lucrativos de diferentes países de África, Europa e Estados Unidos. O prémio, convocado de dois em dois anos, aspira a ser uma mostra do progresso, potencial e riqueza das realidades africanas.

Nesta edição, e pela primeira vez, o mesmo realizador ganhou as duas categorias possíveis (documentário e videoclip): o jovem ganês David Boanuh, cofundador do estúdio de produção "Beautiful Stories". O júri confirmou "Reframed" como vencedor da secção de videoclips e "The Golden Seeds" obteve o primeiro lugar na categoria de documentários em vídeo.

De acordo com o júri, o videoclip Reframed, «constrói eficazmente a imagem do continente restituindo a sua complexidade, variedade, dinamismo, entusiasmo e alegria. O júri quis premiar o compromisso e a capacidade dos autores no sentido de contribuir para uma imagem de África diferente das representações mais frequentes».

O documentário "As sementes de ouro" «explora um problema específico e complexo – a indústria do cacau –. Projeta uma perspetiva africana, mostrando as dificuldades das pessoas com um olhar realista e respeitoso que evita a pena. Emerge um retrato de determinação, compromisso, força e esperança.

O júri valorizou especialmente que, através dos testemunhos recolhidos, se tenha posto de manifesto o desejo de ter família, educação, laços profundos com a comunidade e um compromisso proativo na vida quotidiana».

O júri considerou ainda que o documentário "Kandia" de Jean Hamado Tiemtoré, merecia uma menção especial.

Relativamente a "Kandia", «o júri apreciou o olhar esperançado sobre a sociedade local, através da narração de uma experiência determinada e original de convivência e integração. O desejo do autor de mostrar um tipo de relação entre "migrantes" e "nativos" diferente da que propõem os meios de comunicação aparece retratado de forma eficaz e poética». Tiemtoré é um jovem realizador artístico, nascido no Burkina Fasso e residente em Lecce (Itália), dedicado à valorização das culturas africanas através do teatro e do cinema.

A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar em Roma, na sexta-feira, 30 de setembro, às 16 horas locais, na Universidade Pontifícia da Santa Cruz.

A edição anterior deste Prémio teve lugar em Lisboa, na sede da UCCLA, apresentado por Vasco Palmeirim. Foi atribuído à reportagem "Jóias do Príncipe", da jornalista Isabel Silva Costa, com imagem de Carlos Pinota e edição de João Caldeirinha (RTP África).

O evento faz parte de um simpósio de três dias (28-29 e 30 de setembro) sobre "Inovadores sociais para um mundo em crise", por ocasião do 20º aniversário de Harambee Africa International. No Simpósio, personalidades competentes que participam em diversos projetos de desenvolvimento de todo o mundo identificarão respostas inovadoras e comuns aos desafios mais atuais.


Harambee Africa International celebra os seus vinte anos de compromisso com a solidariedade internacional e a comunicação sobre África, reunindo personalidades reconhecidas dedicadas à identificação e aplicação de soluções s inovadoras aos problemas sociais globais de mais recente atualidade.

A pandemia, o conflito na Europa e noutros continentes, assim como a emergência climática, afetam muitos setores e esferas da vida em todos os domínios. Por outro lado, o terceiro setor contribuiu sempre de forma significativa para resolver problemas sociais importantes.

Face a um crescente sentimento de incerteza sobre o futuro, é essencial reforçar a unidade e a colaboração a fim de criar respostas solidárias e sustentáveis. Harambee deseja, assim, oferecer um espaço de reflexão e confronto para explorar estratégias e ações inovadoras entre atores de organizações públicas ou privadas, locais, nacionais ou internacionais, de inspiração religiosa ou de motivação cívica, num clima de colaboração e na prossecução de objetivos comuns.

O simpósio terá lugar em Roma nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2022 e contará com várias sessões: (descarregue o programa).

O primeiro dia, com o lema "Escutar e Aprender", será destinado a um diálogo e confronto entre pessoas com diferentes crenças e responsabilidades. Haverá duas mesas redondas: numa, serão analisados os desafios sociais que se enfrentam e as respostas eficazes dos projetos; na outra, os profissionais partilharão as suas experiências em diferentes âmbitos e contextos internacionais.

O segundo dia iniciar-se-á com uma intervenção do prelado do Opus Dei. A seguir, distribuídos em vários workshops e trocas de experiências, falarão pessoas que, inspiradas por S. Josemaria, desenvolvem iniciativas de carácter social em todo o mundo. Este dia tem como horizonte o centenário da fundação do Opus Dei. Pode encontrar mais informação aqui.

No último dia, "Agradecer e celebrar", o foco estará na "Inovação Social e Juventude em África": uma ocasião para se reencontrar, recordar as origens e repensar a missão e os objetivos de Harambee olhando para o futuro com os olhos e o coração de um continente cheio de jovens

Ainda nesse terceiro dia, as boas ideias e projetos de alguns dos jovens empresários africanos serão celebrados e premiados; serão apresentados documentários e relatórios para oferecer ao mundo uma imagem precisa de terras ricas em humanidade.

Por último, será também uma ocasião para agradecer a todos aqueles que contribuíram com os seus grãos de areia para um ambiente de esperança ao longo dos últimos 20 anos.