Presença de Deus

“É preciso convencer-se de que Deus está junto de nós continuamente. E está como um Pai amoroso - quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus”.

Transcrevemos a seguir a definição e contexto histórico do conceito de “Presença de Deus” no Dicionário de S. Josemaria Escrivá.

  1. Presença de Deus, filiação divina e comunhão com Deus.
  2. Meios para fomentar a presença de Deus.
  3. Presença de Deus e unidade de vida.

A expressão “presença de Deus” tem um sentido objetivo e um sentido subjetivo. Objetivamente significa que Deus, como criador e providente, está presente em todas as coisas conferindo-lhes o ser e mantendo-as no ser; e também que, em virtude da sua liberdade e do seu amor, se tornou presente em Cristo e na Eucaristia. Subjetivamente, significa que o homem se torna consciente dessa presença divina e cresce nela até deixar que ilumine toda a sua vida. Habitualmente, S. Josemaria considera-a sob esta perspetiva.


1. Presença de Deus, filiação divina e comunhão com Deus

O sentido da filiação divina – coluna vertebral do espírito do Opus Dei – é a fonte da qual mana a constante presença de Deus na vida de S. Josemaria. Trata-se, além disso, do traço concreto e evidente testemunhado pelos que o conheceram e conviveram com ele, juntamente, no plano humano, com a simpatia, o engenho e bom humor e a fina caridade. Foi uma conquista tenaz, fruto da graça e da sua correspondência. Vê-se que, já desde os começos, o Espírito Santo lhe concedeu o dom de uma contínua presença de Deus, que foi incessante ao longo da sua vida e cresceu com a passagem dos anos.

«Em Deus vivemos, nos movemos e existimos» (At 17, 27-28): vivemos porque Ele nos criou e permanecemos na vida porque Ele nos sustenta com a sua amorosa providência. Estamos igualmente convictos de que Deus está connosco, sempre, não como um ente abstrato ou uma força impessoal, mas como Pai que é, amoroso e misericordioso. «É preciso convencermo-nos de que Deus está junto de nós continuamente. – Vivemos como se o Senhor estivesse lá longe, onde brilham as estrelas, e não consideramos que também está sempre ao nosso lado. E está como um pai amoroso – quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus filhos – ajudando-nos, inspirando-nos, abençoando-nos... e perdoando. (...) É necessário que nos embebamos, que nos saturemos de que é Pai e muito Pai nosso o Senhor que está junto de nós e nos Céus»[1].

A presença de Deus não se apoia em meras práticas piedosas, mas sim na profunda consciência de que Deus, criador do universo, está presente em toda a parte com uma presença íntima e operativa que «sustenta as coisas e as faz ser o que são (...). Pois, sem o Criador, a criatura não subsiste»[2]. Com beleza incomparável, o Salmo 139, 7-10 descreve esta presença de imensidade: «Onde é que eu poderia ocultar-me do teu espírito? (...) Se subir aos céus, Tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, ali te encontras. Se voar nas asas da aurora ou for morar nos confins do mar mesmo aí a tua mão há de guiar-me e a tua direita me sustentará» (Sl 139, 2). Deus brilha de tal modo na criação que os homens seriam cegos para não O verem: «Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das suas mãos» (Sl 19, 2)

Nas criaturas elevadas à ordem sobrenatural, essa presença real de Deus atinge dimensões novas e superiores: a alma em graça converte-se em templo da Trindade Santíssima. Habita na alma daqueles que O amam. Quando nos persuadimos desta feliz realidade, aprendemos a ver Deus em tudo, temos consciência de ser contemplados por Deus em todos os momentos. É o próprio Jesus Cristo que nos dá o exemplo ao aproveitar qualquer ocasião ou situação e referi-la a Deus Pai, seja para louvar, renovar a ação de graças ou reparar[3]. Não há melhor modo de ver as coisas e pessoas do que vê-las como Deus as vê, olhá-las «com os olhos de Cristo»[4]. Nos seus últimos anos, S. Josemaria, com dificuldades de visão, costumava repetir esta jaculatória: «Que eu veja com teus olhos, Cristo eu, Jesus da minha alma», enquanto crescia nele o desejo de contemplar o rosto do Senhor: «“Vultum tuum, Domine, requiram” (Sl 26, 8), – buscarei, Senhor, o Teu rosto. Encanta-me cerrar os olhos, e considerar que chegará o momento – quando Deus quiser – em que poderei vê-lo, não “como num espelho, e sob imagens obscuras…, mas face a face” (1Cor 13, 12). “Sim, o meu coração está sedento do Deus, do Deus vivo; quando irei e verei a face de Deus?” (Sl 41, 3)»[5].

O Catecismo da Igreja Católica cita um texto da Constituição Pastoral Gaudium et Spes no qual se destaca esta referência essencial da pessoa a Deus: «A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus: pois, se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele por amor constantemente conservado; nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador»[6]. Ter presença de Deus é assumir plenamente o nosso ser e a nossa realidade: ser chamado à comunhão com Deus correspondendo livremente ao seu amor.

S. Josemaria convidava, em conformidade com o específico carisma do espírito do Opus Dei, a viver a presença de Deus também no trabalho quotidiano: «o homem não pode limitar-se a fazer coisas, a construir objetos. O trabalho nasce do amor, manifesta o amor, ordena-se ao amor. Reconhecemos Deus não só no espetáculo da Natureza, mas também na experiência do nosso próprio trabalho, do nosso esforço. O trabalho é, assim, ação de graças, porque nos sabemos colocados por Deus na terra, amados por Ele, herdeiros das suas promessas. É justo que se nos diga: “quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor, 10, 31)»[7].

O chamamento a santificar o trabalho profissional e os afazeres da vida quotidiana leva a conjugar e a unir o que é separado por frequentes dualismos: vida contemplativa e ativa, profano e sagrado, temporal e eterno. A Encarnação do Verbo é a grande verdade que deve presidir a este anseio unitário: «A profunda perceção da riqueza do mistério do Verbo Encarnado foi o sólido alicerce da espiritualidade do Fundador»[8]. «Unir o trabalho profissional com a luta ascética e com a contemplação – coisa que pode parecer impossível, mas que é necessária, para contribuir para reconciliar o mundo com Deus – e converter este trabalho diário em instrumento de santificação pessoal e de apostolado. Não é este um ideal nobre e grande pelo qual vale a pena dar a vida?»[9].

É justamente este empenho unitário que preside ao esforço ascético por cultivar e fomentar a presença de Deus. «Nunca compartilharei a opinião – ainda que a respeite – dos que separam a oração da vida ativa, como se fossem incompatíveis. Os filhos de Deus têm de ser contemplativos: pessoas que, no meio do fragor da multidão, sabem encontrar o silêncio da alma em colóquio permanente com Nosso Senhor: e olhá-lo como se olha um Pai, como se olha um Amigo, a quem se quer com loucura»[10]. Daí que todas as circunstâncias possam levar a Deus: «Na tua vida, se te propuseres a isso, tudo pode ser objeto de oferecimento a Nosso Senhor, motivo de colóquio com o teu Pai do Céu, que sempre guarda e concede luzes novas»[11]. A luta de S. Josemaria por ter presença de Deus é comovedora quando escreve em sentida oração: «Jesus, que as minhas distrações sejam distrações ao contrário: em vez de me lembrar do mundo, quando falo contigo, que me lembre de Ti, ao tratar das coisas do mundo»[12].

Esta presença de Deus constante não foi a própria de quem se retira do mundo. S. Josemaria ensinava os seus filhos que deviam ser contemplativos em todas as encruzilhadas da vida social, servindo-se da sua atividade temporal; costumava afirmar: “a nossa cela é a rua”. Não se trata, portanto, de momento sublimes, estelares, “místicos”, mas de uma contínua presença de Deus no decurso da vida comum e nas atividades diárias. A noção de vida comum, de quotidianidade, nos escritos de S. Josemaria é uma verdadeira categoria teológica e o enquadramento da sua vida contemplativa: trata-se de viver santamente a vida diária. Ter presença de Deus não é, pois, segregar-se das ocupações normais, mas, pelo contrário, é o modo mais pleno e verdadeiro de estar na realidade. Poderíamos dizer que consiste num simultâneo estarnão estar. A pessoa está toda e inteiramente nos assuntos comuns e concretos que ocupam as mãos e a cabeça, mas, ao mesmo tempo não se está, porque se está em Deus. Pode parecer paradoxal, porém esse não estar é o modo mais pleno e profundo de estar nas coisas temporais, porque quando temos presença de Deus, chegamos de alguma forma a ver as coisas como Deus as vê, ou seja, são vistas de modo mais verdadeiro e objetivo. Esse olhar sobrenatural em S. Josemaria chegava ao ponto de permitir-lhe ver muitos detalhes materiais – consertos e melhorias que convinha realizar, por exemplo – e ter uma perspicácia muito acima da meramente psicológica, para detetar as necessidades, sofrimentos e problemas das pessoas que conhecia e com quem convivia. A sua presença de Deus impregnava, a partir de dentro, a sua atividade diária – desde ler o jornal até subir as escadas – e a sua relação com os outros. Várias vezes mencionou que não costumava cumprimentar ninguém sem antes cumprimentar o Anjo da Guarda da pessoa.


2. Meios para fomentar a presença de Deus

S. Josemaria recomendou múltiplos meios para procurar e fomentar a presença de Deus. A oração mental (de manhã e de tarde), centrar o dia em torno da Santa Missa, a leitura do Evangelho e de algum livro espiritual, a contemplação e recitação do Santo Rosário; enfim, tudo aquilo que ele chamou “plano de vida espiritual”: práticas de piedade diárias e constantes nas quais se atualiza a fé e o amor a Deus. A fidelidade a essas práticas de piedade levará paulatinamente ao que ele chamou “normas de sempre”: atitudes constantes da alma que manifestam e fortalecem a presença de Deus (considerar a filiação divina, comunhões espirituais, ações de graças, atos de desagravo, orações jaculatórias, etc.). Com a palavra jaculatórias designava – seguindo a tradição espiritual desde Sto. Agostinho – as frases breves, como setas, que manifestam o amor a Deus e ajudam a exercitar-se na presença de Deus. «Emprega esses santos “recursos humanos” que te aconselhei para não perderes a presença de Deus: jaculatórias, atos de Amor e desagravo, comunhões espirituais, “olhares” à imagem de Nossa Senhora…»[13]. Entendemos por “recursos humanos” diversos modos que podem servir como “despertadores” para recordar e viver a presença de Deus (crucifixo, pagelas, imagens de Nossa Senhora, outros objetos profanos a que a pessoa dota de algum significado e que contribuem para aumentar a vida da graça na sua alma), «Tem presença de Deus e terás vida sobrenatural»[14].

Muitas vezes, durante os anos em que morou em Villa Tevere, S. Josemaria, ao encontrar-se com algum dos seus filhos nos corredores da casa, mesmo de manhã muito cedo, perguntava-lhe: “Meu filho, quantos atos de amor e desagravo fizeste hoje?”. Sem dar tempo ao interlocutor de formular uma resposta, animava-o a que fossem muitos, até centenas.

Para adquirir o hábito da presença de Deus, será necessária a luta ascética, valer-se de “recursos humanos” e recorrer a “muletas”, mas acrescentava que depois desses esforços Deus podia conceder – visto que se trata de um dom – uma verdadeira vida contemplativa.

Para ajudar os seus filhos a serem almas verdadeiramente contemplativas, escreveu a homilia “Rumo à santidade”, que, como comentou, podia ser como as duas linhas usadas na escola para não escrever torto e sobre as quais devemos escrever a própria vida: «Começamos com orações vocais que muitos de nós repetimos desde crianças: são frases ardentes e simples, dirigidas a Deus e à Sua Mãe, que é nossa Mãe (...). Primeiro uma jaculatória, e depois outra, e outra... Até que parece insuficiente esse fervor, porque as palavras se tornam pobres... e abrem-se as portas à intimidade divina, com os olhos postos em Deus sem descanso e sem cansaço. Vivemos então como cativos, como prisioneiros. Enquanto realizamos com a maior perfeição possível, dentro dos nossos erros e limitações, as tarefas próprias da nossa condição e do nosso ofício, a alma anseia escapar-se. Vai até Deus, como o ferro atraído pela força do íman. Começa-se a amar Jesus de forma mais eficaz, com um doce sobressalto»[15].

Feita esta consideração geral, podemos enumerar a seguir alguns canais pelos quais ele animava que passasse a presença de Deus:

a) Dedicar cada dia da semana a uma devoção sólida. à Santíssima Trindade, à Eucaristia, à Paixão, a Nossa Senhora, a S. José, aos Santos Anjos da Guarda e às benditas almas do Purgatório.

b) Ações de graças. «Habitua-te a elevar o coração a Deus em ação de graças, muitas vezes ao dia. – Porque te dá isto e aquilo. – Porque te desprezaram. – Porque não tens o que precisas, ou porque o tens. Porque fez tão formosa a sua Mãe, que é também tua Mãe. – Porque criou o Sol e a Lua e este animal e aquela planta. – Porque fez aquele homem eloquente e a ti te fez difícil de palavra.... Dá-Lhe graças por tudo, porque tudo é bom»[16].

Como podemos apreciar, passa com naturalidade da bondade ontológica da Criação – fruto da ação criadora de Deus: tudo é bom – à misteriosa bondade da História – fruto da ação redentora de Cristo: omnia in bonum – e tudo o leva à ação de graças[17].

c) Atos de amor e desagravo. «A nossa vontade, com a graça, é omnipotente diante de Deus. – Assim, à vista de tantas ofensas ao Senhor, se dissermos a Jesus, com vontade eficaz, indo no "elétrico" por exemplo: “Meu Deus, quereria fazer tantos atos de amor e desagravo quantas as voltas de cada roda deste carro”, naquele mesmo instante, diante de Jesus, tê-l’O-emos realmente amado e desagravado conforme o nosso desejo. Esta “ingenuidade” não está fora da infância espiritual; é o eterno diálogo entre a criança inocente e o pai, doido pelo seu filho: – Quanto me queres? Diz lá! – E o miudito diz, marcando as sílabas: muitos milhões!»[18].

d) Diálogo com Deus no trabalho. «Dá um motivo sobrenatural à tua atividade profissional de cada dia, e terás santificado o trabalho»[19]. Quanto mais dentro do mundo estivermos, tanto mais temos de ser de Deus[20]. «Deves manter – ao longo do dia – uma constante conversa com o Senhor, que se alimente também das próprias ocorrências da tua tarefa profissional. – Vai com o pensamento ao Sacrário... e oferece a Nosso Senhor o trabalho que tiveres entre mãos»[21].

e) Paz perante as dificuldades e contradições. «Se tiveres presença de Deus, por cima da tempestade que ensurdece, no teu olhar brilhará sempre o sol; e, por baixo das vagas tumultuosas e devastadoras, reinarão a calma e a serenidade na tua alma»[22]. Através da presença de Deus, dissipam-se, por sua vez, os problemas e encontram-se as autênticas soluções: «Se tivesses presença de Deus, quantas atitudes ‘irremediáveis’ remediarias»[23].

f) Viver o plano de vida espiritual com amor, evitando toda a rotina, para fomentar a piedade. O grande inimigo da verdadeira piedade é a rotina que leva a uma monótona repetição de palavras sem vida e sem amor: «Fujamos da ‘rotina’ como o próprio demónio. – O grande meio para não cair nesse abismo, sepulcro da verdadeira piedade, é a contínua presença de Deus»[24]. Deus tem direito a exigir que estejamos sempre na sua presença: «Convence-te, filho, que Deus tem direito a dizer-nos: pensas em Mim? tens-me presente? procuras-me como teu apoio? procuras-me como Luz da tua vida, como couraça... como tudo? Portanto, reafirma-te neste propósito: nas horas que a gente da terra qualifica como boas, clamarei: – Senhor! Nas horas a que chama más, repetirei: – Senhor!»[25]. O nosso dever é, portanto, sermos exigentes connosco e lutar para ganhar hábitos de presença de Deus: «Para o teu exame diário: – Deixei passar alguma hora sem falar com o meu Pai, Deus? – Conversei com Ele com amor de filho? – Acredita que és capaz!»[26].

g) Recolhimento interior. Para que este empenho por sermos contemplativos no meio do mundo, no meio dos assuntos da vida normal, seja possível, é necessário fomentar uma certa disciplina mental, um recolhimento interior, fruto da vida interior: «Como hás de ter presença de Deus, se não fazes senão olhar para toda a parte?… Estás como que bêbedo de futilidades»[27]. Do mesmo teor é o seguinte texto: «– Minúcias e insignificâncias às quais nada devo, das quais nada espero, ocupam a minha atenção mais do que o meu Deus? Com quem estou, quando não estou com Deus?»[28].


3. Presença de Deus e unidade de vida

Para captar o sentido profundo do exposto até aqui, é necessário indicar que, para o fundador do Opus Dei, o objetivo ao qual se dirige a luta espiritual é precisamente a unidade de vida, ou seja, a harmonia intrínseca, verdadeira causalidade circular, que deve existir entre as três dimensões presentes na busca da santidade no mundo, isto é, trabalho, oração e apostolado. O fio que une estas diferentes dimensões da existência cristã é precisamente a presença de Deus. Se há uma característica que indica maturidade na vocação no Opus Dei, a plena encarnação de seu espírito, é a consecução, ou melhor, a luta sempre reiniciada e nunca totalmente conseguida, fruto da graça e da correspondência pessoal, da unidade de vida. É uma característica essencial da vocação de cristãos comuns, pois «ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente, ou nunca O encontraremos»[29].

Terminemos citando um texto de S. Josemaria que, ao descrever o conceito teológico de unidade de vida, sintetiza, o que até agora expusemos: «Não vivemos uma vida dupla, mas uma unidade de vida, simples e forte, na qual se fundem e compenetram todas as nossas ações. Quando correspondemos generosamente a este espírito, adquirimos uma segunda natureza: sem perceber, ficamos todo o dia atentos ao Senhor e nos sentimos impelidos a meter Deus em todas as coisas, que sem Ele ficam insípidas. Chega um momento, no qual é impossível distinguir onde acaba a oração e onde começa o trabalho, porque o vosso trabalho é também oração, contemplação, vida mística verdadeira de união com Deus – sem esquisitices: endeusamento»[30]. E continua: «Não há compartimentos estanques na nossa vida, nem podemos distinguir – insisto – onde acaba a oração e onde começa o trabalho, nem onde estão os limites do apostolado. Porque o apostolado é Amor de Deus que transborda, dando-se aos homens; e a vida interior contemplativa é clamor de almas; e o trabalho um esforço sustentado de abnegação, de caridade, de obediência, de compreensão, de paciência e de serviço aos outros»[31].


[1] S. Josemaria, Caminho, n. 267; cf. Sulco, n. 658.

[2] Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, n. 36.

[3] cf. Mt 6, 29-30; Jo 11, 4 e 15; Mt 11, 25; Jo 11, 41; Lc 23, 34; Mt 9, 36-38.

[4] cf. S. João Paulo II, Redemptor Hominis, n. 18.

[5] S. Josemaria, Santo Rosário, quarto mistério luminoso.

[6] Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, n. 19.

[7] S. Josemaria, Cristo que passa, n. 48.

[8] Bto. Álvaro del Portillo, Entrevista sobre o Fundador do Opus Dei.

[9] Instrucción, 19/03/1934, n. 33: Aranda, 2001, p. 173-174.

[10] S. Josemaria, Forja, n. 738.

[11] Ibid., n. 743.

[12] Ibid., n. 1014.

[13] Ibid., Caminho, n. 272.

[14] Ibid., n. 278.

[15] S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 96.

[16] Ibid., Caminho, n. 268.

[17] cf. Edição comentada de Caminho, p. 494.

[18] S. Josemaria, Caminho, n. 897.

[19] Ibid., n. 359.

[20] cf. S. Josemaria, Forja, n. 740.

[21] S. Josemaria, Forja, n. 745.

[22] Ibid., n. 343.

[23] S. Josemaria, Sulco, n. 659.

[24] Ibid., Caminho, n. 551.

[25] Ibid., Forja,n. 506.

[26] Ibid., Sulco,n. 657.

[27] Ibid., n. 660.

[28] S. Josemaria, Forja, n. 511.

[29] Ibid., Entrevistas com o Fundador do Opus Dei, n. 114.

[30] Ibid., Carta 06/05/1945, n. 25: AGP, série A.3, 92-4-2.

[31] Ibid., n. 40.

Jorge Peña Vial